Hoje no dia dos pais, nossa homenagem à todos aqueles que inspiram, motivam e são motivos de orgulho para seus filhos! Em especial, queremos contar a história do nosso fundador. Movido pela vontade de guri, Seu Pedro Finger fez uso da necessidade com criatividade e transformou desejos em realizações. Muito além de um grande empreendedor ele é um exemplo de pai!
Ao ouvirmos algumas lembranças que não se apagam da memória dos filhos, ficam muito evidentes as verdadeiras conexões da família. Filhos lembram e valorizam os exemplos do pai, o qual, com orgulho, diz ser gratificante ver os filhos seguindo naquilo que ele começou.
Redação por Ivandro Nólio
Dia dos Pais na Finger: Histórias para recordar!
Cada um com suas qualidades, habilidades e diferenciais, os pais deixam sua marca na vida dos filhos e a transformam, de acordo com os seus ensinamentos. Visivelmente, cada dia está mais difícil de ver um filho ou uma filha trilhar o mesmo caminho dos pais, deixando de lado princípios de grande valor idealizados e iniciados com extrema dedicação e por muitas vezes, enormes dificuldades.
No dia de hoje, buscamos apresentar o exemplo do Seu Pedro Lauri Finger, um PAI que possui uma história extraordinária de realização pessoal e profissional, ao ter desejado, sonhado e realizado tudo aquilo que projetou e hoje diz ser muito gratificante ver os filhos e netos dando sequência a tudo o que ele começou, enfrentando as mais diversas dificuldades, desde construir seus próprios brinquedos, cabos de enxada, máquinas industriais e hoje estar com um importante legado de uma grande indústria de móveis, instalada em Sarandi, com 300 colaboradores, produzindo e exportando para mais oito países, além de atender a todo o mercado brasileiro. Após trabalhar em uma indústria, abriu uma mercearia no porão da sua casa, em 1978, no distrito de Boa vista, hoje município de Nova Boa Vista, mudando-se para Sarandi em 1978 a fim de melhorar logística e ampliação das estruturas de produção.
Este especial, não tem por objetivo contar a história de negócios, mas evidenciar e relatar momentos que fazem parte da história dos filhos, que viram no próprio pai um grande exemplo, que hoje, reflete na comunidade, no estado, país e até no mundo. Tamanha prova da feliz realização do Pai Pedro está a ligação direta dos filhos, dando sequência àquilo que ele começou há mais de 46 anos, e que hoje envolve também a participação dos netos com grande atuação interna na empresa e a negociações externas, em outros países.
O valor, o reconhecimento e a realização pessoal de cada um, tem conectado a família toda. Exemplos fazem parte da história e marcam profundamente, como ela é simplesmente contada. Conheça um pouco do PAI Pedro Lauri Finger que é casado há mais de 55 anos com Ivarne Klein Finger (Vani). Possui três filhos: Edson, Gelsi e Joseane e seis netos: Edson Finger Júnior, Elen Thays Finger, Joana Finger Tavares, Caio Augusto Copini Finger, Maria Clara Copini Finger e Sophia Finger Lucietto.
O RECONHECIMENTO AO PAI E AS LEMBRANCAS DOS FILHOS
Tanto Edson, quanto Gelsi e Joseane, tem grande admiração pelo pai Pedro pela forma com que ele sempre se manteve como uma pessoa muito trabalhadora, ensinando muito os valores para os filhos, dentre eles, o que mais ensinou foi a disciplina e isso marcou muito. “Lembro que, quando criança, meu pai era funcionário, ele chegando de bicicleta e também saindo para fazer alguns trabalhos extras (cabos de enxada, machado, pá), bem artesanais, que ajudava a aumentar um pouco a renda dele, pois ele sempre teve uma preocupação muito grande em melhorar as condições da família e buscava dar um futuro melhor para os filhos, mas tudo isso sempre baseado no trabalho e confesso que, em toda a minha vida jamais vi meu pai reclamar um único momento sobre trabalhar demais, sempre foi muito disciplinado e trabalhador”, relata o filho Edson, lembrando que o seu início nas atividades, auxiliando o seu pai aconteceu ao natural. “Acredito que o exemplo dele, de esforço, foi algo marcante e então fomos trabalhando e pegando gosto pelo que a gente fazia e isso foi fazendo com que automaticamente a gente seguisse a função dele, dando sequência aos seus sonhos. A gente sempre carrega isso como uma vocação pra nós, seguindo aquilo que ele sempre fazia com tanto esforço, carinho e dedicação. O exemplo dele fez com que a gente continuasse a caminhada dele”, reconhece.
Para Edson, o maior exemplo foi a questão da disciplina com que ele conduziu a empresa e a própria família. “Hoje, no atual momento, entendemos que a disciplina é um fator chave do sucesso para qualquer cidadão e qualquer empresa. Isso é um fato marcante e um grande aprendizado que tivemos com nosso pai e nossa mãe.”
Dentre muitos e excelentes exemplos como pai e empreendedor, o legado que ele deixa, é um legado de trabalho e foco, aproveitando as oportunidades que surgem. “Para nós sempre é bacana cumprir com a nossa etapa, ao mesmo tempo que já tem os filhos (Edson Finger Júnior e Elen Thays Finger (terceira geração) envolvidos e bastante engajados e atuantes na empresa, da mesma forma assim como eu, nunca foram convocados em momento nenhum para trabalhar. O começo deles também foi de uma forma muito natural, com iniciativa própria sem nenhuma imposição ou obrigação de estarem aqui. E, por livre iniciativa hoje estão aqui dentro dando o melhor de si e ainda enxergam o meu pai (Seu Pedro) no dia a dia aqui na empresa, que serve também de muita inspiração pra mim e para eles”, reconhece Edson.
Entre muitos momentos que ficam na lembrança, Edson conta sobre a primeira vez que seu pai participou da 1ª Feira (antiga Expofesa – por volta de 1984), quando ele ainda tinha a empresa pequena e os recursos eram escassos e quase não existiam. “Naquela época, como qualquer negócio que começa – sempre muito desafiador – e eu lembro que a placa de identificação ele pediu que eu fizesse e ainda na adolescência, fiz uma chapa com o fundo branco, recortei papel laminado, fui colando por cima, e escrevi: Fábrica de Móveis Finger – Móveis Sobre Medida e aí quando foi colocada a placa, passou uma professora de português e me corrigiu, dizendo ser “Sob Medida”, e aí veio o desafio de ter que tirar o “re” da placa e isso foi muito marcante pra mim, na primeira feira que ele estava participando. Com isso, o legado que ele me deixou em primeiro momento é que a gente precisa se expor, fazer marketing e aparecer para o público”, explicou.
“É muito gratificante quando a gente consegue olhar para o passado e vendo desde o início – como se fosse o nascimento de um bebê – o esforço e as dificuldades que tiveram em dar os primeiros passos na empresa e pra nós, que somos a segunda geração, é muito orgulhoso ter visto o nascer e principalmente participar do desenvolvimento, dando um passo a mais. Entendemos que o projeto iniciado por eles, lá atrás, é um projeto importante para a comunidade, pois gera mais renda contribui com a sociedade, e isso é a forma como nós temos de contribuir para melhorar o ambiente que a gente vive, a nossa cidade, o estado e o país. É muito prazeroso fazer parte da história e contribuir para que a história continue a se desenvolver. Nesse sentido, a mensagem que deixamos aos filhos que têm um pai ou uma mãe que iniciou um projeto, que façam um esforço e se doem para que o projeto continue prosperando e se desenvolvendo, pois tudo isso faz com que se consiga contribuir para uma sociedade melhor, ao mesmo tempo que oportuniza reconhecer e manter viva a ideia de um sonho, especialmente dos pais, o que traz realização pessoal para toda a família” revelou Edson.
A filha Gelsi, que hoje possui uma loja Finger na cidade de Chapecó, diz que as lembranças são como imagens que ficam gravadas na memória. “Ao refletir sobre o que meu pai representa para mim, percebo que suas memórias estão profundamente ligadas ao trabalho e ao exemplo de vida que ele sempre nos ofereceu. Desde o início de sua jornada, ele sempre se dedicou intensamente ao trabalho, acordando cedo e indo dormir tarde. Seu lema era claro: ‘não devemos pensar apenas no presente, mas também no futuro, que é a consequência do esforço que fazemos hoje.’ Seu exemplo de luta, persistência, humildade, coragem e empreendedorismo é algo que continua a nos inspirar. Lembro-me de uma noite em que fui com ele para a fábrica, porque minha mãe não estava em casa, e eu precisava de ajuda para um trabalho sobre números romanos. De repente, um barulho me assustou: um armário havia caído sobre ele. Mas ele não se deixou abater; logo tudo estava sob controle e ele estava de pé novamente. Em outra ocasião, uma enchente atingiu a fábrica, e as madeiras que estavam armazenadas no porão estavam sendo levadas pela água. Mesmo diante do sacrifício e do esforço que foi necessário para adquirir aquelas madeiras, ele não hesitou em se arriscar para salvá-las. Não posso esquecer também dos chocolatinhos Neugebauer que esperávamos ansiosos aos domingos, quando ele voltava do jogo de bolão. Esses pequenos momentos de carinho são parte do legado que ele construiu e que sempre permanecerá em nossos corações”, descreve a filha Gelsi, expressando muito amor e admiração pelo pai.
Para Joseane, a filha mais nova, uma das coisas que mais lhe marcaram na sua infância foi o quanto ele trabalhava. “Lembro muito de uma frase, de uma lição dele que levo pra vida: ‘tu só conquista as coisas quando tu trabalha, pois as coisas não vêm do nada’. Lembro muito bem que pra ele não bastava trabalhar todo dia no pesado, carregando chapas, madeiras, pra lá a pra cá, ele ainda trabalhava à noite. Pegava o radinho dele, que era o companheiro de todas as noites e levava pra fábrica. Ouvia o seu radinho e continuava o trabalho e aí, quando era umas dez horas da noite, aí sim voltava pra casa pra dormir. Ele sempre foi um exemplo pra mim de dedicação, disciplina, honestidade e humildade. Uma pessoa que me ensinou esses valores e isso eu levo pra toda a vida. Outro ponto muito importante é que desde muito cedo ele começou a trabalhar, e isso passou para nós filhos e depois os netos, tudo de uma forma natural sem nenhuma obrigação, e como ele era um exemplo, acredito que tá no sangue esse negócio de trabalhar, começar sedo e se empenhar para conquistar”, reconhece.
COMO O PAI VÊ A SUA REALIZAÇÃO NOS FILHOS
Seu Pedro, diz que as pessoas lhe perguntam como é que os filhos são assim tão interessados e ele diz acreditar que “é porque eles viram o pai só trabalhar”.
Falando da realização em ver os filhos e até os próprios netos dando sequência àquilo que ele começou, Seu Pedro expressa em seu sorriso ao responder humildemente: “olha, eu só estudei até a quarta série”, justifica, deixando entender que talvez não daria uma resposta “tão elaborada”, e diz, sorrindo novamente: “olha, é muito gratificante, pois eu nunca me imaginei que eles iam ser assim, porque eu era doente pela profissão e hoje eu acho que eles estão mais ainda”, relatou, expressando reconhecer como surpreendente a forma como se empenham para dar sequência à atividade. “Claro que hoje com a tecnologia é muito mais prático pra crescer, porque antigamente a gente não tinha uma peça, a gente tinha que fazer ela a mão. Hoje por exemplo, o que a fábrica faz em cinco minutos, antigamente precisava uma semana”, comparou.
Ele sempre pedia aos filhos para cuidar, segurar o que têm, do que querer mais, ganhar muito mais e perder o que tem. “Antes parar, do que voltar para trás”, lembrou, explicando a importância de fazer os negócios com planejamento, dando passos à frente com segurança para garantir o que fora conquistado. “Eles estão levando muito melhor do que eu imaginei”, acrescentou.
LEMBRANÇAS DOS FILHOS, QUE MARCARAM PARA O PAI
“Eu me lembro quando vinha da bodega e trazia chocolate Refeição da Neugebauer, e entregava pra eles. Ficavam Feliz. Me marcou muito”, conta, expressando em seu olhar a realização em ver os filhos felizes, citando também momentos de alegria da filha Gelsi, quando andava com o carinho juntamente com os irmãos e de quando ganhava chocolate.
Falando da filha Joseane, o pai relatou o interesse dela em trabalhar e que iniciou cedo na atividade. “Com 13 anos ela já cuidava o escritório e está fazendo até hoje. Ela sabe tudo porque aprendeu e cresceu junto. Me admiro muito do jeito que ela é, muito correta e justa naquilo que faz”, lembrou, citando exemplo de que ela tanto cobra como também paga cinco centavos, se é de direito, por ser o correto. “Lembrado pela esposa, Dona Vani, Seu Pedro confirma a lembrança que de manhã sempre saía bem sedo para trabalhar e depois voltava para tomar café, e antes ia direto na caminha para olhar ela. “Eu nunca vou esquecer que quando ela nasceu eu já trabalhava por conta, e eu tinha feito uma janelinha para um banheiro e daí chegou a hora de ela nascer e, como era difícil e tinha que calcular tudo, eu aproveitei a viagem e passei entregar a janelinha e depois levei a esposa no hospital”, relatou.
Ao lembrar um fato ocorrido com o filho Edson, Seu Pedro conta novamente em risos, que era só embarcar na Kombi que ele pulava dentro. “Um dia, eu tava com a Kombi fora da garagem e embarquei pra guardar e ele pulou ligeiro e pediu ‘pai onde tu vai?’… e eu disse ‘vou pra Jabuti’, e ele embarcou ligeiro pra ir junto (risos), daí eu entrei na garagem e disse, pronto, tá aqui em Jabuti”, recordou, em risos. “ah, vou junto; ah, vou junto”, repetiu aos risos, o que ele dizia.
O SEU PEDRO COMO ESPOSO/PAI
Dona Vani diz que ele sempre foi muito trabalhador, justo, correto e criativo. “Quando ele dizia ‘eu faço aquilo’, acontecia. Quando ele sentar e ficar quieto, tem alguma coisa na cuquinha”, lembrou com uma gargalhada, contando que uma noite ele disse: ‘mas nós podia mudar essa parede’, e as crianças diziam ‘não é verdade’, nós tinha tanto furo na casa, com parede mudada aqui, mudada lá”, lembra Vani, às gargalhadas, recordando muitas passagens, ao mesmo que revela o grau de criatividade e vontade de fazer algo novo, modificar e melhorar. Vani destaca que como pai, Seu Pedro sempre foi um exemplo. “Ele sempre foi bom em tudo, foi um bom pai pra eles, por isso eles não podem se queixar e é por isso que eles estão aonde estão”, garantiu, afirmando que a forma como os filhos atuam hoje, muitos exemplos são seguidos pelo aprendizado com o pai, pela organização, disciplina e pela forma correta de agir e de que a melhor forma para conquistar algo é através do trabalho.
Vani finaliza dizendo que no começo houveram dificuldades, mas demostra gratidão eterna por tudo. “Eu sei o quanto foi trabalhado desde o começo, mas nunca me arrependo de nada que eu fiz até hoje, e me sinto realizada por todas as conquistas da família e por tudo o que o Pedro fez, sempre pensando nos filhos e na família!
O DIFÍCIL INÍCIO, NA LEMBRANÇA DO PAI
“Aos doze anos, me botei na cabeça – porque nós era pobre – que a gente só consegue algo com trabalho. Então, pra ter um começo, comecei a trabalhar fora de hora – porque o tempo era demais pra ficar fazendo nada – pois eu trabalhava oito horas, e pensei no que eu ia fazer nesse tempo. Daí comecei a inventar umas ferramentas e fiz umas máquinas, pois era tudo cavalete de madeira. Eu me fiz uma lixadeira, uma circular, uma serra-fita, tudo com armação de madeira e a parte de ferro como eu podia comprar, utilizando peças que uma serraria botava no lixo e eu aproveitava a parte boa e pra mim servia”, recorda, ao contar sobre uma bicicleta de construiu. “Eu tinha oito anos e gostava de bicicleta e queria uma pra empurrar, daí peguei duas rodas e botei uma ripa atrás e uma na frente e fiz como uma bicicleta e ia empurrando (risos)”, lembrou, dizendo que foi aí que começou sua criatividade o que depois foi se transformando em móveis para a casa e deu início à produção de móveis para venda.
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