Cresce o interesse por raw food, a alimentação em seu estado mais puro.
Um movimento, iniciado nos Estados Unidos na década de 90, vem ganhando adeptos pelo mundo, como Brasil, Alemanha, Argentina, Portugal. É o raw food, também conhecido por comida viva ou crudivorismo.
Seu conceito é comer alimentos sem processamento e que não sejam de origem animal. Isso inclui não usar fogão no preparo da refeição. A proposta vem ao encontro de um estudo do Instituto Max Planck, na Alemanha, o qual diz que, ao cozinhar os alimentos, se perde aproximadamente 50% das proteínas e 70 a 90% das vitaminas e sais minerais. Nessa corrente, restaurantes têm desenvolvido cardápios, buscando atender consumidores identificados com uma alimentação preparada em seu estado puro.
Entre os adeptos do raw food, está a médica veterinária Lis Rosinatto, de Porto Alegre (RS), que virou referência na área, como personal cooking, após uma mudança radical no estilo de vida há três anos. E as razões foram muitas: obesidade, enxaquecas, hipotireoidismo, hipertensão, pré diabetes, cálculos renais, alergias, entre outros problemas, alguns deles com mais de 10 anos. “Apesar de ter recorrido a inúmeros tratamentos, nunca melhorava. Há mais de dois anos que não tenho qualquer problema de saúde. Deixei de tomar mais de 10 medicações diárias”, explica Lis.
Segundo a personal cooking, o processo de mudança começou pelo amor aos animais e por estar muito doente aos 27 anos de idade, além de outros fatores sustentarem sua decisão: “A dieta vegetariana (exclui qualquer alimento de origem animal) é saudável e completa, sendo que a Organização Mundial da Saúde afirma que carnes processadas causam câncer tanto quanto cigarro, logo, quem segue esse estilo de vida tem menos chances de desenvolver câncer, como também problemas cardíacos e doenças crônico degenerativas. Já a dieta crudívora/viva (raw food = comida crua = crudivorismo = termo aplicado no Brasil) é conhecida por ser curativa.
Então, como meu objetivo era melhorar minha saúde, ao me tornar vegana, iniciei a dieta com um porcentual de 40 a 50% de comida crua/viva, o que incluía suco verde pela manhã, salada antes das principais refeições e aumento gradual de frutas e castanhas durante o dia. Em poucos meses, vi uma melhora significativa do meu quadro geral de saúde.
Em torno de seis meses, me tornei crudívora. Foi um processo lento e gradual”. Como especialista na área, Lis afirma que é possível fazer pratos saborosos (e lindos!). Pizza, estrogonofe, lasanha, docinhos, tortas. No dia a dia, a alimentação de quem segue o crudivorismo geralmente conta com vegetais, frutas, cogumelos, algas, oleaginosas, sementes e grãos germinados (inclui técnicas de fermentação, desidratação, cruzinhar e marinar).
Células do movimento
Um dos pioneiros nesse conceito é o chef Juliano Brotman, com o seu restaurante Juliano’s Raw, na Califórnia (EUA), e autor do livro “Raw: The Uncook Book: New Vegetarian Food for Life”. Ele é um dos heads do movimento denominado Raw Guru, formado por vários especialistas neste tipo de alimentação. Brotman é conhecido por sua criatividade, como, por exemplo, o queijo feito de sementes. Nesse crescimento de adeptos na busca por alternativas mais saudáveis, seja consumindo em casa ou na rua, o mercado viu a oportunidade de capacitar pessoas. Foi quando a chef Cherie Soria criou o Living Light Institute, primeira e principal escola sobre alimentação vegana e crua do mundo, na Califórnia. Trata-se de uma espécie de universidade sobre o tema que vem formando chefs de vários países.
Farmácia Natural
É uma alimentação curativa e regenerativa. Os alimentos crus limpam e rejuvenescem o organismo (internamente e externamente). Provê todos os nutrientes necessários para o organismo e equilibra as funções metabólicas. Emagrece, melhora a digestão, aumenta as defesas imunológicas, aumenta a energia e a vitalidade, reduz a retenção de líquidos e o inchaço, melhora a concentração e a clareza mental, aumenta a qualidade do sono, entre tantos outros benefícios que só vivenciando para entender.
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