Equilíbrio cromático: como definir a paleta de cores ideal da sua casa?

Você sabia que algo comum a excelentes projetos de decoração é a escolha de uma boa paleta de cores? Como há muitas opções disponíveis, é importante entender os efeitos que cada tonalidade pode proporcionar aos ambientes.

Muitos arquitetos e designers tomam esse cuidado porque sabem que, além de embelezar, as cores transmitem sensações e despertam sentimentos específicos. Isso significa que é possível combiná-las de várias maneiras para compor espaços atrativos e cheios de personalidade.

Que tal saber mais sobre o assunto e encontrar a paleta certa para a sua casa? Fique com a gente!

Qual é a influência das cores nos ambientes?

Das suaves às mais chamativas, as cores têm características que geram percepções únicas. Não é à toa que locais de descanso costumam trazer tons mais discretos, ao passo que áreas dedicadas aos jogos e brincadeiras tendem a apresentar variedade de tons vibrantes.

É por isso que, antes de pensar em uma paleta de cores, você precisa compreender o potencial das tonalidades na decoração. Veja abaixo alguns exemplos.

Criar atmosferas

As cores podem definir o tom e a sensação de um ambiente. As versões quentes (como o vermelho, o laranja e o amarelo) podem deixar o espaço mais acolhedor, ao passo que as frias (como o azul, o verde e o roxo) tendem a promover sensação de calma e tranquilidade.

Despertar emoções

As cores também podem evocar emoções. Não é à toa que o verde é frequentemente associado à esperança e ao equilíbrio encontrado na natureza. Da mesma forma, o vermelho tende a estar ligado à paixão e ao movimento, gerando mais estímulo.

Alterar a percepção do espaço

Já percebeu que as cores claras tendem a fazer com que um ambiente pareça maior? Isso acontece porque refletem melhor a luz que chega aos cômodos, seja natural, seja artificial. O contrário ocorre com o uso de tons escuros, que promovem efeito de encolhimento.

Ajustar a iluminação

Outra forma de usar a paleta de cores é para destacar ou amenizar os efeitos da iluminação. Luzes amareladas, por exemplo, trazem o calor das cores quentes para deixar os recintos mais aconchegantes. Já as luzes brancas deixam os espaços visualmente mais frios e estimulantes.

Reforçar temas e estilos

A escolha de determinados conjuntos de cores também pode reforçar o tema decorativo de um ambiente. Se a ideia é compor áreas minimalistas ou com estética industrial, aposte nos tons neutros. Os tons vibrantes podem predominar nas propostas contemporâneas ou ecléticas.

Expressar personalidade

Considerando todos os efeitos anteriores, você logo percebe que as cores ajudam a refletir a personalidade e os gostos dos seus ocupantes. Paletas mais ousadas podem indicar um perfil extrovertido, enquanto os tons suaves tendem a refletir uma pessoa mais calma e introspectiva.

O que significa escolher uma paleta de cores?

Esse processo nada mais é que selecionar um conjunto específico de cores para aplicar em um projeto. A definição das paletas acontece em diversas áreas, como arquitetura, design e artes plásticas, geralmente com o objetivo de conceber produtos e ambientes exclusivos.

A seleção das tonalidades é muito bem pensada para refletir a mensagem desejada ao público que usará o projeto. No caso das residências, as paletas precisam garantir a harmonia e despertar as sensações certas em cada cômodo, desde as áreas íntimas até os espaços externos.

Vale lembrar que sempre haverá espaço para as preferências pessoais e para as tendências do momento, principalmente quando se trata de cores. Ainda assim, nada impede que você entenda melhor os diferentes tons para aplicá-los de maneira estratégica no seu próprio lar.

Quais ferramentas auxiliam na escolha?

A definição da paleta de cores pode ser muito mais fácil se você utilizar algumas ferramentas. Uma das mais conhecidas é o círculo cromático, que consiste em uma representação das principais cores percebidas pelo olho humano. São elas:

• as três cores primárias — amarelo, azul e vermelho;
• as três cores secundárias, geradas a partir da combinação das primárias — verde (azul + amarelo), laranja (vermelho + amarelo) e roxo (azul + vermelho);
• as seis cores terciárias, criadas pela mistura das primárias com as secundárias — amarelo-alaranjado, amarelo-esverdeado, azul-esverdeado, azul-arroxeado, vermelho-arroxeado e vermelho-alaranjado.

Com base nas 12 nuances dispostas no círculo cromático, você consegue compor diversas outras tonalidades e definir sua paleta de cores. Falaremos mais sobre essa possibilidade no próximo tópico.

Outras ferramentas valiosas para facilitar a escolha das cores são os aplicativos. Há uma infinidade deles, como Adobe Color, Canva Color, Paletton e ColorMind. A dica é baixar alguns exemplares para fazer testes pelo celular e obter várias sugestões de paletas.

Na maioria dos casos, basta apontar a câmera do celular para a superfície que você deseja colorir e selecionar uma das cores disponíveis no banco de dados da ferramenta. Isso ajuda a ter uma boa noção de como ficará o resultado.

Quais são as possibilidades de escolha de paleta?

As ferramentas citadas provam que não há limites para a definição de paletas. Porém, existem combinações certeiras que funcionam em diversas propostas e podem trazer a segurança necessária para quem ainda não teve a chance de contratar um profissional.

Confira agora alguns exemplos de paletas geradas a partir do círculo cromático.

Paleta monocromática

Também chamada de tom sobre tom, é a opção mais simples de todas porque consiste em misturar diferentes variações de uma única cor. Por exemplo, se você definiu que o vermelho será protagonista, basta eleger outros tons que surgem a partir dele: bordô, salmão e rosa pastel.

Perceba que a ideia é priorizar uma só cor em diversas intensidades, matizes e níveis de saturação. Assim, qualquer contraste ficará limitado aos detalhes, como acessórios decorativos. Como você deve estar imaginando, a paleta monocromática é relativamente fácil de trabalhar.

Paleta análoga

Para compreender essa paleta, observe o círculo cromático e preste atenção à sequência de cores. Se você mirou no laranja, verá que os tons mais próximos a ele são o amarelo e o vermelho. Pois bem, a combinação análoga é formada justamente pelas cores posicionadas lado a lado.

Nessa versão, você sempre usará três cores como base do projeto para não se perder nas misturas. A paleta de cores análogas terá um ar mais sofisticado com a predominância de tons frios, e uma pitada mais alegre se trouxer tons quentes.

Paleta complementar

Essa paleta é composta por cores que se encontram em posições opostas no círculo cromático. É o caso, por exemplo, das duplas azul + laranja, verde-claro + rosa e roxo + amarelo. Portanto, sempre trará tons que geram um grande contraste.

Uma curiosidade é que a opção complementar de um tom primário sempre será um tom secundário. Já a cor complementar de uma cor terciária sempre será outra terciária. Paletas com esse contraste são boas pedidas quando se quer um projeto com mais personalidade.

Tríade

Uma alternativa de paleta de cores é a tríade, que reúne três pontos equidistantes — que têm a mesma distância — do círculo cromático para formar um triângulo. Partindo do laranja mais claro, por exemplo, você teria outras duas opções: o rosa e o azul-turquesa.

A tríade é interessante para compor espaços mais ousados. A dica para não errar é escolher um tom principal e deixar os demais para compor os detalhes, preferencialmente itens menores.

Outras possibilidades

Acabamos de apresentar as combinações mais conhecidas do círculo cromático, mas há muitas outras para você testar e definir a sua paleta de cores. Veja abaixo:

• harmonia de 90º — envolve quatro cores, passando por dois tons opostos para chegar à figura de um retângulo. Escolha a cor inicial, pule as duas seguintes e use a próxima. Repita o processo até completar a forma esperada;
• harmonia de 120º — essa paleta engloba seis cores. Você deve definir um tom do círculo, pular um e selecione o próximo, cumprindo essa sequência até finalizar a forma;
• harmonia acromática — essa paleta tem coordenação com as cores neutras (branco, cinza, preto e marfim) situadas na área central do círculo;

• harmonia dupla complementar — é uma paleta composta por duplas de cores complementares diretas cruzadas, que intercalam uma cor;
• harmonia complementar dividido — essa paleta é composta pela seleção de uma cor e das duas vizinhas mais próximas à sua complementar;
• quadrado — essa a paleta de cores usa quatro tons equidistantes, formando a imagem de um quadrado.

Qual é a importância da definição de uma paleta de cores?

Todo mundo quer habitar um espaço acolhedor e que transmita o estilo de vida da família. E conquistar esse objetivo passa pela escolha minuciosa de cada elemento que compõe a casa, desde as cores das paredes até os itens do mobiliário.

Ainda que as preferências por determinadas tonalidades sejam bastante subjetivas, é possível chegar a um resultado satisfatório com pesquisa e conhecimento. Veja algumas recomendações que podem orientar a definição das cores dos cômodos:

• quartos: são espaços íntimos, reservados ao descanso e ao relaxamento dos moradores. Isso explica por que ficam mais acolhedores com tons suaves e opacos, que não geram grandes estímulos na hora do sono ou das atividades de lazer;

• banheiros: refúgios para os cuidados com a higiene e a beleza, esses ambientes pedem uma estética limpa e muita luminosidade. As cores claras são bem-vindas por refletirem a luz em todas as superfícies necessárias;

• salas de estar: são áreas utilizadas para o encontro da família e a recepção das visitas, o que exige um toque extra de conforto. A imaginação pode ir longe na paleta de cores, sempre considerando os gostos dos proprietários;

• salas de jantar: abrigam a mesa das refeições e os principais eventos com foco na culinária. Assim, compensa investir em cores que geram bom humor e agucem o paladar, como é o caso do laranja e suas variações;

• cozinhas: tendem a receber muita informação por meio de móveis, eletrodomésticos e utensílios. Por isso, considere os acabamentos desses recursos para encontrar uma cor que harmonize e não deixe um aspecto pesado;

• lavanderias: assim como os banheiros, pedem um visual neutro e que transmita cuidado com a limpeza. Tons discretos, com ou sem brilho, são ótimas pedidas para facilitar a identificação de poeira e de resíduos de produtos;

• áreas externas: em apartamentos, a decoração da varanda e da sacada precisa, muitas vezes, estar de acordo com as características presentes no exterior do edifício. Verifique todos os detalhes para não ter surpresas.

Como encontrar a paleta de cores ideal para a decoração?

Mesmo com o suporte de boas ferramentas, encontrar a paleta certa pode ser desafiador. Afinal, você terá que pensar tanto nas cores dos elementos estruturais quanto nos tons da mobília, dos eletrodomésticos e dos acessórios. Confira, a seguir, algumas dicas que podem ajudar.

Identifique seu estilo pessoal

É inútil seguir uma proposta que fuja muito das suas preferências estéticas. Por mais bonita e interessante que seja, toda moradia precisa refletir os gostos de quem habita os seus espaços. Caso contrário, há grandes chances de os moradores enjoarem ou ficarem insatisfeitos em curto prazo.

Pensando nesse cuidado, priorize uma paleta de cores que tenha ao menos um tom que você goste. Isso fará com que a escolha das próximas nuances seja muito mais fácil. Lembrando que é possível tirar proveito de diferentes intensidades de cada cor, a fim de valorizar o projeto.

Se for difícil começar por um tom específico, pense em um estilo decorativo que atrai a sua atenção. Então, observe quais elementos predominam nessa temática: se são nuances mais discretas ou chamativas, se há texturas e estampas, se as paletas seguem um padrão, entre outros aspectos.

Avalie a decoração existente

Na escolha das novas cores, é essencial considerar aquilo que já existe no ambiente. Afinal, você dificilmente terá a intenção de trocar ou renovar todos os móveis, tecidos, pisos e ornamentos que compõem os recintos. Portanto, avalie os tons predominantes para encontrar outros que combinem.

Essa atenção evita que o ambiente fique desorganizado ou visualmente sobrecarregado, já que incorporar as cores presentes garante continuidade e coesão ao projeto. Em resumo, fica muito mais fácil integrar novos elementos e obter uma estética harmoniosa.

Enquanto analisa a situação atual da residência, aproveite para conferir como a luz se comporta em cada ambiente e quais são as dimensões dos cômodos. Posteriormente, essas informações serão suas aliadas para eleger cores que destaquem os atributos positivos do lar.

Considere o significado das cores

Como dissemos, cada tonalidade carrega um significado e tem a capacidade de evocar diferentes reações. É por isso que você precisa entender um pouco desses significados para usá-los a favor da decoração da casa. Confira os valores e sentimentos associados às principais cores:

• verde — vigor, renovação, calma, vitalidade;
• vermelho — energia, calor, movimento, força, poder;
• azul — lealdade, tranquilidade, confiança, ordem, fé;
• amarelo — relaxamento, alegria, otimismo, foco;
• roxo — sabedoria, nobreza, espiritualidade, misticismo;
• laranja — equilíbrio, humor, extravagância, vibração;
• rosa — felicidade, delicadeza, charme, feminilidade;
• branco — limpeza, paz, harmonia, simplicidade;
• preto — elegância, sofisticação, ousadia, mistério;
• marrom — conforto, estabilidade e aconchego.

Interessante, né? É por conta desses significados que empresas dos mais diversos ramos têm sua própria paleta de cores para transmitir ideias e conceitos específicos. No caso dos projetos arquitetônicos, a intenção é tornar os cômodos mais agradáveis, independentemente do uso destinado a eles.

Compreenda as propriedades das cores

Alguns atributos relacionados às cores podem ser regulados para que você consiga uma combinação mais harmônica. São eles:

• valor — é o dado que aproxima cada tom do brilho (branco) ou da sombra (preto). Em valores altos, as cores estarão mais perto do branco. Em valores baixos, por outro lado, elas ficarão mais escuras e próximas do preto;
• saturação — mostra o quanto uma cor é viva. Se você reduzir essa propriedade, o tom ficará próximo do cinza. Conforme a saturação aumenta, a cor vai ficando mais parecida com a matiz (sua versão sólida, pura e vibrante);
• temperatura — indica o quanto as cores estão mais próximas do azul e do verde (frias) ou do vermelho e do amarelo (quentes). É a aparência que as tonalidades apresentam quando destacadas por uma fonte de luz.

Pense nos efeitos desejados aos ambientes

É muito bom saber que as cores estão associadas a certas emoções e usar isso a favor do projeto de interiores. Porém, saiba que elas conseguem transmitir muitos outros efeitos que podem ser relevantes na composição de um ambiente.

Muitos profissionais da arquitetura e do design tiram proveito desses truques para atualizar o aspecto das residências. Que tal ver dois exemplos de resultados que você consegue obter por meio da escolha inteligente das tonalidades?

Amplitude

Um dos efeitos mais requisitados, principalmente em imóveis compactos, é o de amplitude visual. A intenção é fazer com que o observador tenha a impressão de que o espaço ficou maior.

Nesse caso, a dica é escolher cores claras, que aumentam o ambiente e conferem mais luminosidade. Essas tonalidades também ajudam a compor melhor o local se você tiver muitos objetos de decoração coloridos. Uma base neutra faz com que eles não briguem entre si.

Se você quer aumentar a sensação de espaço por meio da paleta de cores dos cômodos, combine os acabamentos da parede com os do piso. A técnica amplia visualmente e você pode incrementar com objetos e móveis de cores diferentes.

Já se o cômodo a ser pintado é um quarto, talvez seja melhor optar por cores delicadas, que remetam à tranquilidade e ao relaxamento. Se a ideia é despertar os sentidos em um escritório ou ateliê, aposte em um vermelho ou outro tom vibrante.

Atemporalidade

Você consegue deixar a casa sempre com uma aparência atual se apostar em acabamentos atemporais. No caso da pintura, a dica é priorizar aquelas feitas com cores neutras e sóbrias, pois costumam estar presentes em todo tipo de estilo decorativo.

Branco, bege, cinza, marrom e preto sempre dão as caras nos projetos, dos clássicos aos contemporâneos. Isso porque aparecem ou remetem aos materiais básicos da construção, como a madeira, o concreto, o aço, o vidro e até a massa de reboco.

Uma vantagem de usar essas tonalidades nas paredes, pisos e forros está na facilidade para combinar com as estampas e texturas dos elementos menores. Isso inclui desde a mobília até os acessórios, como quadros, vasos de plantas, esculturas e bibelôs.

Busque referências de projetos e soluções

Pesquisar referências pode inspirar e orientar as suas escolhas de cores, ampliando o leque de possibilidades para quem não costuma ir além da pintura. Já pensou, por exemplo, que as cores podem ser combinadas em formas de estampas ou sobreposições de materiais?

Se você tem dificuldade para ir além das soluções comuns, experimente navegar por blogs e outros canais que apresentam projetos de design. Por meio de fotos, vídeos e até mesmo maquetes eletrônicas, é possível encontrar propostas incríveis e usar como base na sua casa.

Observar como diversos profissionais usam cores em diferentes contextos também ajuda a eliminar aquele medo típico de tentar algo novo. Afinal, você visualizará as paletas em espaços variados, muitas vezes de maneiras que nunca poderia imaginar.

Faça testes antes de tomar sua decisão

Testar a paleta de cores é essencial para garantir que as combinações funcionem bem no ambiente real. Então, adote as ferramentas indicadas e, se achar necessário, utilize amostras de tinta nas paredes para observar como cada tonalidade se comporta a partir de diferentes condições de luz.

Muitas pessoas se esquecem desse detalhe: os efeitos das cores podem variar de acordo com o tipo de luz emitida no ambiente, sem contar que são diferentes da simulação digital. É por isso que os experimentos são ótimos para evitar surpresas desagradáveis.

Acompanhe as tendências

Por fim, um bom caminho para manter sua cabeça aberta ao melhor do design é acompanhar, vez ou outra, as últimas tendências do mercado. A boa notícia é que existem várias empresas dedicadas a prever novidades em relação às cores e às soluções de projeto.

Priorize nomes renomados, como a Pantone e a WGSN, ambas autoridades quando o assunto é previsões. Esse interesse constante no que está por vir certamente trará ideias valiosas para você considerar em suas escolhas.

E aí, conseguimos tirar as suas principais dúvidas sobre escolha de paleta de cores? Lembre-se de que o auxílio de bons profissionais é extremamente importante para chegar a um resultado satisfatório, seja na pintura de grandes superfícies, seja no acabamento dos móveis e dos objetos decorativos.

Se você gostou deste conteúdo e acredita que possa ser útil a outras pessoas, compartilhe-o em suas redes sociais!